11 de maio de 2011

Distância

 Estou aqui sentada. E não exatamente pensando em você ou em nós, mas eu estou com aquele caderno que você me deu. Nossa, como eu tinha medo de escrever nele. Lembro uma vez que você me disse: - Mas isso é loucura. É só um caderno. E eu disse que podia até ser, mas que eu tinha medo. Pois é. Agora estou com ele. 


Penso em escrever algo para você. Queria falar da chuva. De como a tarde está cinzenta. Também queria falar das ruas alagadas e da lama que se forma em cada esquina. Também queria falar do meu medo dos trovões: acho que tudo vai desabar e quando penso nisso nem consigo dormir direito. Sim, também queria falar da minha falta de sono e das minhas olheiras cada vez mais fundas. Queria falar que ando lendo muito e estava até agora há pouco antes de pensar em escrever para você. O problema é que eu não consigo começar nada. 

Não sei como iniciar nenhum assunto desses que eu gostaria de te falar. Eu só quero que você saiba, e isso é mais importante, que eu sinto saudades das nossas risadas fora de hora e das piadas sem sal que você contava para me alegrar às vezes. É isso. Eu não sou boa mesmo com palavras, mas essa distância me faz lembrar quão importante são as pequenas coisas. E de como eu.

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