12 de setembro de 2011

Duas Almas

Por Deivid e Edilma

Ilustração: Edilma
Havia lhe dado o que tinha de melhor, seu afeto, e o que recebia de volta?

Até a noite passada, sentia-se leve. Por conversarem bastante, abriam-se como duas almas que se entendem. Ele confessava seus amores errados, tantas namoradas a quem havia dado rosas e recebido cinzas.


Ela, por sua vez, falava sobre o dia anterior: trabalho, supermercado, fila de banco, louças no jantar. Trabalhar e cuidar da casa nunca foi tarefa fácil. Ele ouvia atentamente, parecia-lhe um amigo de longa data por quem nutria admiração, confiança e uma pontinha de tesão.

Era muito atraente, a barba sempre por fazer, os cabelos elegantemente despenteados, a roupa propositalmente despojada.

Foram meses assim, em conversas quase que diárias no almoço, no mesmo pátio de shopping onde se encontravam e comiam, juntos, antes de voltarem ao trabalho.

Até que, certo dia, um contou ao outro o que sentia. “Para falar a verdade, sempre lhe achei atraente e não sei como está sozinha”. Ela, sorriso contido, respondeu que era recíproco.

Naquela noite – ou na noite passada –, se encontraram. Adultos, bem resolvidos e sozinhos. Uma noite para tirar todo o fardo diário da vida adulta.

Mas, no dia seguinte, veio o peso da incompreensão, cuja força mais parece chumbo!

Texto realizado em parceria com meu amigo Deivid do Blog Impressoes Sobre o Mundo Adulto!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você pode dizer muito ou quase nada; pode apenas fincar as suas unhas e aranhar a minha janela ou derrubar as cortinas, não tem problema: mostre que você está vivo! Obrigada por estar aqui!