20 de junho de 2012

Dave Grohl com F Maiúsculo


Você pode até achar estranho, caro inconsciente vermelho, mas antes de conhecer o cara mais bacana do rock, Dave Grohl, eu conheci o Foo Fighters. E, acredite, caro inconsciente incrédulo, sem nenhuma surpresa, eu me encantei. Eu devia estar saindo do ensino médio e pensando na faculdade naquele período e andava meio insone, então decidi que precisava ampliar meu checklist musico-cultural, foi quando, sem pretensão, movi o controle remoto e apertei um de seus botões, e lá estava o grupo, no videoclipe engraçado, tocando Learn To Fly, uns dois anos depois do lançamento, do álbum There Is Nothing Left to Lose, da forma mais descontraída possível, como eu nunca tinha visto antes, foi, sem dúvida alguma, um encantamento que perdura até hoje. Mas, até então, eu não sabia quem era o herói deste enredo. O F maiúsculo só aportou em minhas mãos em maio de 2012, quando tive acesso à sua biografia não autorizada, a mais autorizada que já li. E sim, caro inconsciente vermelho, eu gostei do que li e me encantei pela segunda vez. Eu descobri, ele é apenas uma pessoa real e muito consciente, é o cara mais bacana do rock. E eis que surge o Dave Grohl, o líder da banda mais bacana do rock: o Foo Fighters!

14 de junho de 2012

Você é a Minha Cinemateca

De todas as cores, de todos os jeitos: você. Venha e me beije, me faça companhia nos dias frios e tristes: você. Me queime, me faça arder em chamas e afaste o meu medo do escuro: puro. Gosto do seu gosto por coisas novas e reais, gosto do seu cheiro e dos seus ideais e, posso dizer a você, de todos os filmes que amei, você foi e é o mais completo e inesquecível. Lembro assim, meio que soturnamente, do dia em que conheci você, caro pássaro cor de anil, era assim que eu gostava de te chamar, naquela festa de nome longo e complexo, como era mesmo?, A Um Passo da Eternidade, você estava com uma camisa de lã cor de anil com um pássaro gótico desenhado manualmente, parece que estou te vendo agora, aqui perto Curtindo a Vida Adoidado. Agora me pego rindo muito alto, é que estou ouvindo All The Jazz é que você me chamou pra dançar ao som dessa música, lembra? As minhas lembranças não acabam aqui. Eu podia até me perder, mas Depois de Horas eu revelaria detalhes de nós dois.

5 de junho de 2012

Chandler, 1929

Ilustração: Alesson Felipe
Minha pequena, em alguns jogos, as palavras são peças de ouro; em um jogo de blefe, por exemplo, o que perdura são os gestos, a estratégia de ação determina o resultado da aposta. Por isso tenha muito cuidado: as palavras pronunciadas têm muito poder e as escritas, também. Ele costumava falar assim, como se estivesse reproduzindo um sermão, toda vez que nos encontrávamos no banco da praça da rua Chandler, nas tardes frias de inverno. Não fosse por esses pequenos encontros, minha cultura se resumiria ao crochê e aos chás na casa das amigas de minha mãe.